Tenho uma tragédia a declarar, não sei se é bem uma tragédia, pois nunca me deparei com o contrário, mas tive o enorme desprazer de sentir uma descasual fatalidade, quase simplória.
O problema é que não conseguia sentir o aroma das flores. Em vários poemas, prosas, quadrinhos e outros... Tinha visto falar do tão puro e doce aroma das flores. Frustrei-me! Porque todos eles conseguiam sentir e eu não? Era eu indigno? Um jardineiro que cultivava em terras mortas...
Da última vez que tentei sentir o aroma de uma flor, tive o infortúnio de tomar em minhas mãos: rosas vermelhas e espinhentas... Cortei os meus dedos com os seus espinhos como uma punição, jorrava sangue naquelas feridas e misturavam-se com as pétalas daquelas rosas, sangrei muito e não consegui sentir o aroma.
Afinal, onde estavam aquelas tão proferidas flores descritas com cheiros estonteantes, as doces, as amargas e as queridas, que lhe conquistam com apenas o odor e a visão? Havia eu sido enganado todo esse tempo? A minha busca insaciável era em vão? Não! Eu simplesmente não poderia aceitar... –Continuarei procurando até encontrá-la!
Subi no cume de uma montanha, o céu estava nublado e cinza, relampeando e dando umas efêmeras pinceladas de azul. Subi e encarei Deus, gritei para ele: Dê-me! Dê-me! Dê para mim essa flor! Porque me privaste de tal divindade? Não passei toda a minha vida se dedicando a você? E para quê? Para que me negastes um simples aroma de flor? Ridículo-. Começara a chover e desde então, sempre assim... Chuva.
Agora tinha um nojo extremo de Deus. Passei a, desesperadamente, buscar todas as flores, todos os tipos: tanto em cor, como em tamanho, vitalidade e forma geométrica... Queria e teria de conseguir aquilo...
Trancafiei-me em uma gruta, nunca mais iria sair dali, tinha medo e inveja, sentia-me sujo e infantil, por isso não teria coragem de ir ver a luz do sol novamente, tinha pouca ousadia para comigo... Não achara a flor certa, tinha calos nos pés e feridas nas mãos, estava exausto.
Em um dia qualquer, eu também estava enjoado de estar ali, afundei-me aventurosamente pela gruta e descobri que lá havia plantas... Fiquei contente e abri um sorriso. Uma daquelas plantas, cansada de repetições, olhou para mim e naquele exato instante soube toda a minha história, falou:
-Não cheire com o nariz, cheire com os olhos.
Subi e me arrependi... Estava chorando... Sob aquelas lágrimas fez-se uma planta com flor possuir o aroma.
O problema é que não conseguia sentir o aroma das flores. Em vários poemas, prosas, quadrinhos e outros... Tinha visto falar do tão puro e doce aroma das flores. Frustrei-me! Porque todos eles conseguiam sentir e eu não? Era eu indigno? Um jardineiro que cultivava em terras mortas...
Da última vez que tentei sentir o aroma de uma flor, tive o infortúnio de tomar em minhas mãos: rosas vermelhas e espinhentas... Cortei os meus dedos com os seus espinhos como uma punição, jorrava sangue naquelas feridas e misturavam-se com as pétalas daquelas rosas, sangrei muito e não consegui sentir o aroma.
Afinal, onde estavam aquelas tão proferidas flores descritas com cheiros estonteantes, as doces, as amargas e as queridas, que lhe conquistam com apenas o odor e a visão? Havia eu sido enganado todo esse tempo? A minha busca insaciável era em vão? Não! Eu simplesmente não poderia aceitar... –Continuarei procurando até encontrá-la!
Subi no cume de uma montanha, o céu estava nublado e cinza, relampeando e dando umas efêmeras pinceladas de azul. Subi e encarei Deus, gritei para ele: Dê-me! Dê-me! Dê para mim essa flor! Porque me privaste de tal divindade? Não passei toda a minha vida se dedicando a você? E para quê? Para que me negastes um simples aroma de flor? Ridículo-. Começara a chover e desde então, sempre assim... Chuva.
Agora tinha um nojo extremo de Deus. Passei a, desesperadamente, buscar todas as flores, todos os tipos: tanto em cor, como em tamanho, vitalidade e forma geométrica... Queria e teria de conseguir aquilo...
Trancafiei-me em uma gruta, nunca mais iria sair dali, tinha medo e inveja, sentia-me sujo e infantil, por isso não teria coragem de ir ver a luz do sol novamente, tinha pouca ousadia para comigo... Não achara a flor certa, tinha calos nos pés e feridas nas mãos, estava exausto.
Em um dia qualquer, eu também estava enjoado de estar ali, afundei-me aventurosamente pela gruta e descobri que lá havia plantas... Fiquei contente e abri um sorriso. Uma daquelas plantas, cansada de repetições, olhou para mim e naquele exato instante soube toda a minha história, falou:
-Não cheire com o nariz, cheire com os olhos.
Subi e me arrependi... Estava chorando... Sob aquelas lágrimas fez-se uma planta com flor possuir o aroma.