Letras, letras, letras. Infestação de letras, frases, parágrafos, que preenchem linhas vazias, conjuntura da atualidade, imponência pacífica, plenitude animal.
Guerras, estrofes e versos, batalhas e batalhões. Lero, lero, blá, blá, blá... Cuspe leitoso, verde asqueroso, são palavras, misturas, soluções semelhantes às canções. Distúrbios, surtos. Corredor, sova. Polônia, país, lugar, pessoa, objeto, papel. Papel, árvore, Canadá, jornal.
Junto, tudo junto. Unidos por ramificações. Ramificações de palavras-letras, galhos enfeitados com palavras, palavras dispersas em galhos secos e que caem. Folhas nutridas de lã, folhas batidas no pé. Garoto correndo na pipa do mundo, Pelé bate no pé. Tuntz tuntz, rola o som do paredão. Tuntz tuntz, crianças morrem no Paquistão.
É Guerra, é pedra, é o fim do caminho. Há uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho há uma pedra. Obstáculo. Vida. AIDS. Destruição. Autodestruição. Lei da sobrevivência natural das espécies. Classificações, não passam disso. Humanos, não entendem, mas classificam. Classificam em folhas, jornais, livros, mentes, é tudo questão de ponto de vista. Interpretação pessoal.
Palmas, palmas, mãos batidas, pés atados. Cruzes, credos, pregos e espinhos. Realidade? Ressuscitou? Ó, meu amor, jure que volta daquele cortiço, de lamas, de pedras, de fins dos caminhos, vermes, vermes, decompositores, larvas, larvas recém-nascidas. Assustam já na infância. Flor de Lótus que brota no chorume invade-me o nariz, não deixei, é estupro. Processo... Por tudo se processa, processando... Analisando. Não analisa. Para com isso. Neurose apoplética.
Almas, almas, almas penadas e andantes. Almas, almas, almas tão fétidas como dantes. Dante... Inferno, Céu e Purgatório. Inventor dos pecados primordiais. Dante... Dante... Dante... É só um amante, amante da amada, amante das letras, amante do sucesso e ganância, é um pecador? Mostre-me um santo, então. O pecador é assim chamado, porque decidiu viver como os poetas do carpe-diem queriam que vivêssemos, viver é pecado, mas nem os próprios viveram assim. Por quê? Por quê? Querem que façamos o que não têm coragem de fazer. Covardia. Cobardia. Lei. Penha. Prenha. Superpopulação.
Toc, toc... Há alguém aí? Pacientes com coma alcoólico, padres que roubaram dinheiro dos fiéis, estupradores, covardes, ladrões, pedófilos... Alanis? Está aqui, está conosco e muitas delas ainda estão vivas, cuidemos, evitemos. Respire, são só ideias aleatórias. Não acompanhe. Leia no ritmo. Toc, toc... Alguém aí está?
Onde estão os seres humanos? Sou ser humano? Somos seres humanos? Humano é espécie em extinção, devemos ser chamados de máquinas ou até mesmo marionetes. Os seres humanos que eu ouvi falar pensavam... Acredita nisso, leitor? Seres racionais, para mim, são utópicos. Nós não pensamos, obedecemos, criamos valores e a liberdade de expressão é suprimida pelos próprios conceitos da sociedade. Esses seres classificam tudo, seres humanos vivem do fogo macacal.
Egoísmo. Egocentrismo. Ego, ego, ego. Eco. Ecoa o ego, escoa pela latrina. Ego transbordante, ego inflado, ego suplicante para acalentar os nervos, pessoas com complexo de inferioridade querem seus egos inflamados, pois querem sair do próprio pecado de se encontrar defeito... Então extravasam com um elogio ou dois... “Você está lendo isso? Ah, que bom. Jovem promissor”, nem se preocupam com a compreensão, querem reconhecimento. “Queremos elogios, queremos elogios, não importam os sacrifícios”.
Posse. Posse de terra. Posse de sem-terra. Sem teto. Sem banheiro. Sem filtro solar, sofrem os efeitos das mudanças climáticas no ambiente, sem nunca terem jogado gás carbônico na atmosfera. Tuntz tunz, foi o barulho que eu ouvi quando o cara estourou a cabeça do outro dentro do cinema, todo mundo olhou me condenando, achando que eu estava atirando. Splish splash, foi a corrida que eu dei, antes da polícia me segurar, eu sabia que iria apanhar.
Inocentes sofrem. São presos por viverem em um mundo não democrático. Acreditem ou não, não vivemos em um mundo democrático e a democracia ainda é utopia. Sonho... Sonhar é ruim, sonho é privação de sentimentos, você sonha, mas não pode, não deve, são valores impostos.
Jornal velho e pisado. Notícias podres e eu assustado. Calado, pisado, sujo e humilhado. “Temos medo do que foge à nossa compreensão”, nunca optarei por querer compreender esse caos. Engulo agora a lama que se proliferaram tantas gerações nela, o subúrbio dos rios é a lama. Marginal Tietê, marginal Tererê, aquele negro dos cabelos trançados. Ôpa, não se pode falar negro, é dito como preconceito racial, desculpe, mentirei sua cor, porque você mesmo se sente ofendido com ela.
É só rascunho. É só preguiça.
Plug-in.
Plug-on.
Plug-off.
Off.
Off.
Off.
Off.
Morto.
Estrangulado.
Encontrado no rio.
“Suicidado”.