Nunca dei de negar o mundo
Que me fez um imundo
Lazarento atormentado pelas dores do prestígio
E pelo qual hei de perder o juízo
Vivo pensando em suicídio
Mas, antes, terei de cometer um homicídio
de um estranho que vive na escuridão do meu leito
a me olhar, a me repudiar, a me mirar o peito.
Tem um estranho a me observar,
a me sussurrar
coisas que mastigam o meu corpo doído
“Doido, louco, demente!”
Dizem, dizem que perdi a mente!
Tem sim, tem sim!
Juro que tem um estranho a me vigiar no sonho
e quando eu acordo, ele está lá, a me olhar com uns olhos de espanto
Digo-te, minha santinha, que não é alecrim!
Ele saliva pela boca com uma espuma de convulsão
Depois treme a cama com a força de Sansão
ME DÊEM! ME DÊEM PROTEÇÃO!