olhar todos os dias as mesmas caras
sentir sono no ônibus, na ida e na volta pra casa
sorrir com as mesmas piadas
trilhar as mesmas estradas
correr da própria sombra
às vezes, de medo
às vezes, pra rir
esquecer as velhas músicas
sonhar acordado
sentar a mesma bunda
rir com a mesma cara
cavalgar o que não tem
atropelar as pessoas erradas
ser gentil
fingir
escutar o latido dos cachorros em frenesi
calhar o que calha
sorrir para o que basta
enganar-se do necessário
fantasticar o trivial
magiquices do resto
cansaço para a hora de dormir
chorar para a hora de se esconder
amar todo tempo
criar
criar
E em cada esquina de verso, um "se" escondido.
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