segunda-feira, 21 de outubro de 2013

E se o ontem não existisse?
Então, quem eu seria?
Eu sempre costumo pensar quando olho lá dentro do fundo dos teus olhos
Nos dias que o tempo andou só por andar
Nos dias em que nós fizemos o tempo passar
Nos dias em que o tempo só se arrastava lento e sossegado
...
Eu já perco os meus pés por aí quando eles não andam juntos aos teus
Não é como se fosse uma febre de dependência, eles só adoram o teu calor
E as minhas mãos ficam a vagar no espaço procurando as tuas
Perdidas
Distantes
E a nostalgia me sufoca com o gostinho de ansiedade que percorre meu corpo todo
Tu aqui
Eu ali
E não nos contemos mais esperando o momento de ficarmos juntos
E nos dias de hoje, tudo o que eu preciso é da tua presença e essa tua voz diabética
...
As vezes tremo de medo quando o teu sentimento me invade de uma maneira tão profunda e intensa que dá vontade de correr
Mas passa quando me lembro que tu é tu e tu nunca vai sair dali
Nem quando faltar luz
Nem quando faltar sombra
Nem quando faltar fogo
Água
Natureza
Gelo
Eletricidade
Nem quando faltar nada
E é nisso que eu vivo todos os dias
...
Tudo é muito pouco pra dizer, mas eu tento do mesmo jeito
As palavras saem, mas a imagem permanece na alma
A alma é muito funda nos olhos
E o teu toque é um sopro de alma
E me dá muitos calafrios
É como um susto
As vezes aterrador
As vezes muito doce
Mas sempre tão intenso quanto a tua alma
...
As vezes é preciso sair da sombra e contemplar a luz
Deixar-se preencher, desanuviar
As vezes é preciso sair da luz e dormir na sombra
Deixar-se esconder, hibernar
A permanência em cada estado é dolorosa
Mas sempre é preciso amar.