segunda-feira, 28 de junho de 2010

Hÿz: 3ª canção de amor


Óh, dama dos lábios letais, o que a trás sair do seu leito inócuo e depreciado até esse lúgubre e rudimentar local manchado de rubro? O prazer que deveras sente em mexer nos meus decompositores vale tanto esforço?

Diga-me se mereço não poder descansar em minha recôndita tumba onde jaz o sangue, lágrima e sentimentos daquela pobre criatura que os vermes agora estão se alimentando e fazendo de seu corpo um ar pútrido e repugnante, como se estivesse clamando ficar a refletir com minha própria caveira e ansiando o término da infindável “eternidade” tão proclamada a si mesmo!

Aquele corpo ali presente você já brincou com os fios de cabelos e seus sentimentos, machucou e o fez agonizar com suas palavras duras em voz de veludo, já afagou e fez os olhos brilharem! Porém agora está inerte e frio, como se já acomodado ao seu previsto destino! E você trará um bento de lágrimas para ressuscitá-lo e fazer tudo de novo!

Ingênuo e carinhoso queimará em vão entre as mesmas palavras, enfim retornará às cinzas que ficaram presente no mais profundo vale constituído por ossos de onde nunca deveria ter almejado a saída!

Agora com os pulsos dilacerados e a voz de tons decrescentes, já não possuo forças para criar ilusões fascinantes e lutar por objetivos breves e passageiros. Abaixo dessa lua cheia, que já testemunhou os sonhos mais profanos se despedaçando, encontraram-se nossos corpos unidos, mas isso já não importa porque não há mais desejo e dor, tudo cessou! E continuará assim até o fim dessa eternidade.
O que me resta é andar por entre esses cadáveres cheios de histórias, ir a diversos funerais que não se comparam com o meu, mas ficar empolgado por saber que não fui o único a ter um triste fim! Basta-me sentir o aroma dessas rosas exuberantes no dia dos finados, mas que morrerão entre duas ou três semanas e o encanto chegará ao óbito e voltarei para o meu vazio e terei que esperar pacientemente você voltar, mas dessa vez você virá com um vestido branco denunciando sua “pureza”, seus olhos estarão fechados com medo de olhar para mim, acompanhará as rosas e será carregada como uma rainha desfilando entre as rosas e corpos em decomposição!

E, enfim, se juntará comigo para a eternidade cinza!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Hÿz: 2ª canção de amor


O sangue que pulsa nas minhas veias voltou incessantemente. Porém, uma dor infindável, extasiante e antiga voltou junto com o pulsar do meu coração e está dilacerando-o, queimando internamente, provocando em mim um espasmo penoso de se ver.

O que é isso que tanto me excita? Que diabos de feitiçaria e/ou brincadeira são/é essa que está fazendo? Queria eu poder controlar os meus impulsos e voltar para aquele pacato vazio, mas esse sorriso que agora constantemente está grudado ao meu rosto não quer largá-lo, parece gostar da dor e do sentimento furioso que a acompanha, sentimento esse que voltou a reanimar meu corpo, antes inerte, e agora inescrupuloso consigo mesmo.

Um maldito parasita é esse sentimento que me deixa com pena de mim mesmo ao olhar no espelho o meu corpo em estado deplorável, mas com um calor tão envolvente, cheio de carícias e esperanças, e eu tolamente pensando que nunca mais iria me entregar facilmente assim.

Meus gritos em silêncio não puderam alcançar os seus ouvidos, minhas súplicas infinitas e melancólicas não são vistas, pois você não pode ver os meus olhos feridos e cansados. Queria eu poder correr ao seu encontro e utilizar do seu abraço e de suas mãos meu lugar de consolo, queria eu poder dormir debaixo de suas asas e sentir o calor reconfortante, dizendo que se importa imensamente com minhas esperanças fúteis.

Minha respiração, agora ofegante, denuncia o suor trabalhoso que vem aparecendo subitamente, é sempre mais intenso e que está sufocando a minha pele, está sufocando consequentemente as minhas palavras, quero falar, quero gritar e quero declarar tudo o mais.

Não quero mais fingir, não quero mais fugir, porque você, sim, você é o motivo do meu sorriso, não encontrei as respostas pelo desespero do primeiro impacto, porém conseguirei!

Pare, por favor! Não olhe para mim, nesse momento estou envergonhado com a minha própria imagem que está repugnante!

Pare, por favor! A verdade é que não suporto seus olhos, encarando-me. Pare! Já pedi, estou implorando agora, se eles não podem ser meus, então os retire daqui, porque mais cedo ou tarde o meu desejo por eles será incontrolável! Seus olhos me assustam. Você me assusta, eu me assusto, mas tenho consciência da minha covardia!

Eu, agora, deveria estar optando pela saída de emergência, mas algo na sua inquietação e no seu sorriso nervoso me faz querer ficar e descobrir que isso pode me levar ao estado nirvana, o famoso “up”.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Hÿz: 1ª canção de amor


No decorrer da semana... Meus sorrisos se tornaram lascivos. O meu falso “amor” nocivo, tornou-se inofensivo.

A dor foi dissipando e a minha abstinência se acabando. Aquela coisa doentia mudou para algo gentil. O meu desejo por ti foi ao funeral ser enterrado junto às lágrimas de um amor carnal.

No decorrer da semana... Percebi subitamente o egoísmo desumano que lhe aplique, enganando a mim e a ti minuciosamente por querer tanto ter algo para amar, porque isso me faz fantasticamente respirar.

Sinto-lhe dizer que eu menti, mas algo de ti sobreviveu em mim, mas o exagero que ficou deveras te enganou e eu tive que levar adiante o meu “amor” pérfido e delirante.

Estou bem, estou bem, e não importa mais ninguém a não ser a sua triste imagem partindo naquele trem.

Não, não vá embora, meu egoísmo não me deixa ficar sozinho agora, não se preocupe vai passar e a sua passagem eu irei entregar. Prezarei pelo seu suspiro e me fortalecerá o umbigo a sua firme e intensa presença austera.

A minha alma ficou vazia, vazia de lágrimas, pois é o que a sacia, mas sinto uma paixão que ficará calada, algo que eu possa viver sem, porém me traria um bem infindável.

Pintei os sábados de preto como a cor de seus cabelos! No decorrer da semana o desencanto virou meu pranto, porém meus prazeres mudaram sem me consultar, mas não mentirei: você é a única que alimenta o meu egoísmo e destrói o que eu achava indestrutível: o meu orgulho e tudo isso me faz transpirar e me enlouquece perdidamente a ponto de mentir, cuidar, destruir e gostar de maneiras excêntricas por você.

domingo, 13 de junho de 2010

Emético (Trilogia do Ego - Parte 3)


Uma azia lancinante subindo no meu esôfago acompanhado por uma ânsia desesperadora por causa daquela queimação interna, então subiu de uma vez com o enjoo que tive causado pelo nojo repugnante que senti.

Olhei aflito para o chão, uma tontura súbita, dei alguns passos para trás ainda apavorado, acabara de vomitar um olho e um braço. Ainda confuso e tonto, não sabia o que significava aquilo, mas sabia que logo iria descobrir, pois aqueles restos mortais fizeram o nojo reaparecer e sentia aquilo subindo novamente, dessa vez quase se arrastando, pois parecia não querer me abandonar, mas tinha uma força quase sobrenatural expelindo aquilo para fora de mim.

Estava vomitando agora, escarrando aquelas coisas pútridas, estava de olhos fechados, não iria querer me ver no meu próprio holocausto, presenciar a minha morte...

Cessou. Aquela sensação de enjoo tinha passado depois daquele grande conflito entre irmãos que dividem o mesmo espaço e agora eu sentia que não tinha mais aquelas substâncias invasivas e parasitas dentro de mim.

Caí de joelhos, sentia algo flácido sob mim, nem queria imaginar o que era e queria que ninguém tivesse me visto em estado de pura lástima penosa, isso iria ferir muito meu orgulho. Enfim, abri meus olhos como se estivesse acordando aos poucos... Vi uma montanha de corpos... Atordoado, pasmo e vivendo uma realidade surreal... Havia sangue em minhas mãos... Meu sangue! Não, não era meu. Era daqueles tantos corpos no meu quintal.

Senti-me leve, senti-me livre, êxtase e empolgação rítmica que surgiram repentinamente. O medo havia escapado diante minhas glórias jubilosas. Agora eu era apenas eu, era o único, era o milhar separado do todo, era só um eu por mim.

A casca que julgava tão complexa havia desfalecido, senti-me desprotegido e simplório, vulnerável e com fobia a tudo. Era essa a minha natureza? Ser um eterno covarde? Fiquei inquieto e voltei a pôr aqueles corpos dentro da boca, mas não conseguia degustá-los, sempre voltavam ao chão.

Abri um sorriso, havia entendido que agora eu era apenas eu e teria que me aceitar com aquele vazio no estômago, viver sem me esconder atrás de corpos que não eram meus, ter sorrisos verdadeiros e não lascivos por mentiras que nem sequer eram minhas.

Agora era humano, não mais uma abominação de palco para fascinar por breves instantes. Agora eu era a plateia, impressionava-me com o espetáculo, porém quando estava voltando para casa ria comigo mesmo por ter me impressionado com a encenação de um palhaço infeliz maquiado com um forte sorriso vermelho.

Joguei os corpos fora e deixei que aquele espaço vazio fosse preenchido completamente pelo amor que compartilhava.

Não precisava mais ingerir corpos para mudar e agora mudava a minha essência por puro instinto e diversão, observava as consequências, incinerava meus ossos e depois me consertava ou consertavam.

Sou novo a cada dia e me foi concebido o dom divino de me renascer.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Aimoré (Trilogia do Ego - Parte 2)




Ambas as faces. Ambos os versos. Ambos, simultaneamente, sou. Eu sou um dado. A verdade possui mais de uma face. Clamem o cubismo, que grandiosidade pode ser demonstrada em apenas uma única palavra?

- Eu possuo trajes e máscaras com cera e sem cera. Participando de uma peça dramática, posso me remodelar, você consegue ver? Tudo isso é para você, para encantar a platéia que assiste alvoroçada, ansiando o desfecho do espetáculo. Tudo arquitetado, cada passo e gesto planejados. O imprevisível será a tua reação, por isso não é você que me assiste, é o contrário e do palco a visão é privilegiada.

- Máscaras de tristeza, angústia, felicidade e ciúmes e por trás de cada uma, guardo um sorriso com lascívia, aguardando a tua fragilidade para o bote. Descuide-se, descuide-se. Não resista. Se entregue!

Repentinamente, alguém na platéia se levanta e fala:

° Que futilidade! Não consegue ver a sua imagem deplorável e sôfrega? É realmente você o manipulador desse jogo? Certeza? Pobre criatura esconde-se e morre de inveja dos sentimentos alheios, protege-se dentro do casulo, anuncia-se metamórfico para ocultar a sua simplicidade, finge medo e competição, encolhendo o peito para alcançar seus fins.

° A vida real é árdua demais para uma criatura que nem conseguiu encontrar a própria identidade, é tão lastimável observar você e seu sorriso nervoso, olhando para os cantos, temerosamente procurando alguém que consiga desvendá-lo. O seu prazer recôndito traduz-se do medo que você tem da própria sombra, acabará por se autodestruir, consumindo-se com seus próprios fios!

- Quem é você para tentar me decifrar? Oh, grandioso mortal, não tente entender. Você na platéia, só consegue ver as maquiagens superficiais e diz-se capaz de me compreender por completo, apenas observando minha complexa casca. Eu sou uma fusão, calorosa e agitada, enquanto você tira as próprias conclusões do que observa. A platéia agonizando indaga: “Por quê? Por quê? Explique-nos!”. Contorço-me de tão vasto e intenso prazer, corroborando minhas hipóteses lançadas, um uníssono me escapa, quase lancinante, desdobro-me e deixo por me escapar o “alívio”: “Aaaah”, que sensação nostálgica, eu quero de volta aquele instante do clímax do gozo do conflito.

° Que sarcástico você, hein? Diverte-se com a própria dor e causa-nos pena nessa peça dramática, para conseguir auxílio e conforto, enquanto perfuram os outros com seus espinhos invisíveis quando se aproximam, querido ouriço.

° Fica estático nessa velha pose de propaganda de jeans, ora de mudar a estratégia, não acha? Ludibria, persuade e onde está a metamorfose? Que ingênuo, que ingênuo! Finge até para não querer ver as próprias feridas e para onde você irá fugir agora?

- Não necessito de fuga! Sou superior quando corro com minhas espadas, esses seus olhos corajosos e essa voz desafiadora não me amedrontam, pois vejo suas pernas tremendo e isso me revigora. É quase em tom humorístico que escuto seus gritos desesperados e silenciosos. Se eu não consigo ver, você tapa os ouvidos. Você agoniza por dentro, e não é de prazer, pois entrou no jogo e agora as paredes desse labirinto estão se fechando sobre ti, então pede para que eu fuja como ato de urgência apelativa, para que vença. O medo me pertence? “Rá!”

° Você é de natureza fraca! Não quis aceitar o seu complexo de inferioridade e construiu um complexo de superioridade para substituí-lo, porém não conseguiu notar que agora transborda de insegurança e neurose, você se perdeu quando rejeitou a si mesmo e não sabe mais como veio ao mundo e desobedeceu a sua essência, transpassou-se nos limites e não consegue voltar a sua forma original.

° Suas espadas estão cobertas de sangue, isso a fez perder a capacidade do corte e estão já enferrujadas, pois passaram por um mar de água doce e não as trocara. Você é imaturo em acreditar que um mentiroso não pode ser enganado, herdei o seu ilusionismo e uso-o contra ti mesmo, tremendo minhas pernas para fingir. Porém não há sorriso, há pena...

- Ousado! Seu bastardo! Seu humano desprezível! Como ousa usar meus próprios truques para me enganar? Está vendo? Nem mesmo você conseguiu resistir à luxúria da Mentira, agora consegue sentir esse prazer? Critica-me, conclui que sou de fraca natureza e no fim não mostra ser muito diferente! Que hipócrita!

- Humanos sempre serão assim. Nunca saberão como controlar os impulsos, porém seja bem-vindo, está a um passo de se tornar um de nós! Pare de tentar me definir, você não conhece nem um terço sobre mim.

° Que discurso mais repetitivo. Desculpe, terei que lhe revelar: sou muito diferente de você, não sinto prazer algum em observar pessoas arrancando a própria alma para lhe entregar, enquanto você chora lágrimas de alegria, os desprezíveis não enxergam e você se sacia!

° Na verdade, você fala muito dos humanos e tem inveja deles e sua capacidade de ter emoções! Vive solitário e em um campo vazio e vasto, a única coisa que sente é solidão, o resto é a droga que toma para fugir da realidade. Você sente inveja do sorriso que lhe oferecem e resolve trancar-se dentro de si, um perfeito caramujo.

- Que humilhante! Humilhante! Você é o pior de todos! Quem dera que um moleque como você, entenderia... Um humano me entendeu! Hu-mi-lhan-te! Eu... Sinto inveja dos humanos, inaceitável.

° Transforme-se em cinzas cinza e então sua existência não terá sido em vão, irei fagocitá-lo e tomar seus resquícios vitais para ter mais um conflito, então um novo ser surgirá. A antropofagia é verdadeira, pois herdo agora o teu cinismo complacente e me encho de mim mesmo, tomarei agora esse vinho, as sobras serão nada além de defecação.

Virou-se e, subitamente, metade do seu corpo estava mergulhado nas sombras, notou minha presença e ficou me fitando fixamente com um olhar insano, então revi algo familiar: estava renascido o tortuoso sorriso, porém desprovido de lascívia... Ou as sombras mesmas não me deixavam ver o outro lado da face.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

CICLO (Trilogia do Ego - Parte 1)

Vim aqui para escrever sobre a minha robusta esperança aturdida pelo meu medo esquizofrênico abusivo.

Minha noite vasta e silenciosa revela meus impulsos instintivos, configuro-me enquanto me contorço anexado às vísceras que são a minha essência transfiguradas no meu pensamento complacente diante da minha imagem decadente refletida no espelho do mundo.

O meu ar enegrecido pelo odor do luar me faz asfixiar beleza fantástica, quase diamantífera, erguendo-se sobre mim magnitude insana do incompreensível não-humano.

As fulguras das silhuetas, que agora me circundam, faz-me vibrar de prazer, antes recôndito e fundido às entranhas primordiais da minha existência de ato “profano”, difundindo-se para todo o meu corpo e irradiando radiante sobre a minha pele faminta. Silhuetas essas tão medonhas e cheias de poder, a visão alva e turva que elas proporcionam me faz estremecer de dentro para fora, agonizando e me debatendo para fugir daquela realidade surreal e assombrosa.

Sento-me, arfante, à cama e transpirando a inexpressiva e louca tontura, deparo-me ao tão declamado e deslumbrante divino estático e silencioso e isso me faz corroer o sentimento de segurança.

Caio ao chão.

Preciso me recuperar.

Minha saliva escorre, vagarosamente, percorrendo o canto da boca.

Um grito. Dois. Três.

O sorriso tortuoso, inquieto e com demasiada lascívia oculta.

O meu inconsciente é despertado. PERIGO. Um estado de frenesi surge, eclodindo as paredes do meu raciocínio, metamórfico e insano, dissolvendo minha própria existência e apoderando-se do meu corpo em último e sôfrego espasmo de consciência, sinto minha alma sendo consumida pela escuridão e agora eu pude ver aquelas silhuetas: uma árvore tortuosa e sem folhas, um enorme feixe de luz branco ao longe, trabalhadores em movimentos frenéticos, rodeados por piçarra e um ligeiro vulto se aproximando.

Fechei os olhos querendo desesperadamente sair dali. Subitamente, senti o meu corpo sendo sugado, célula por célula, pelo feixe de luz. Meu corpo agora estava flutuando no vácuo, um ambiente com um imenso vazio, era agonizante passar horas a fio ali, viajar por cada história do meu passado até o presente sem sair daquele branco que, simultaneamente, era tranquilo e mortal.

Já não sabia onde estava, uma calma tranquilizadora expandindo-se dentro de mim, logo depois uma imensa dor percorrendo cada nervo do meu corpo, dilacerando meus tecidos corporais e agora era feito de pura carne viva e vermelha, estava exposto ao mundo como um recém-nascido, mas não no seu leito inócuo, e procurava por algo que não sabia o que era como esse recém-nascido busca, instintivamente, o peito da mãe procurando leite, talvez fosse isso a minha busca: o alimento, algo que me nutrisse e me proporcionasse forças para querer sobreviver, era isso e não queria mais pensar, porque talvez eu perdesse o único objetivo pelo qual passei a minha vida inteira procurando.

Uma convulsão. Duas. Três. Já não queria parar. Eu estava na frente do portão do conhecimento universal, batia minha cabeça nele e uma cachoeira faceira ia deslizando no meu rosto, sabendo que não importaria o quanto eu tentasse sempre estaria começando e nunca chegaria ao fim.

Repentinamente, um insight e um deslumbre, meu sorriso era enorme e a máscara que eu poli a manhã inteira, no fim da tarde parecia lixo. Eureca! Eureca! É UM CICLO.