domingo, 12 de dezembro de 2010

Alegorieuforia - Só Divirto Hienas

Era um palhaço tão engraçado, mas não tinha teto, não tinha nada e ninguém podia falar com ele não, porque o palhaço não tinha chão, porém era feito com muito esmero. Morava na rua dos bobos, número zero.

De frente para o espelho do seu banheiro e pegando o removedor de maquiagem, ele ia tirando aquele estúpido sorriso vermelho do rosto, revelando lábios sem cor, mórbidos...

Seus olhos negros, outrora verdes, iam se reconfortando com a palidez do seu rosto, achava melhor assim, preferia ser um cadáver ambulante a um cego feliz, os famosos sonâmbulos ambulantes, ele tinha olhos arregalados e não possuía pálpebras.

E era assim todos os dias, tudo sempre igual, acordava cedo e tomava o café, jogava toda a borra no lixo e começava o seu fingimento, enganava a si, aos outros e, principalmente, o sistema, pois necessitava enganá-lo para poder comprar o café e jogar a borra no lixo...

Era robótico, vestia sua bermuda folgada amarela; punha sapatos enormes vermelhos; vestia uma blusa qualquer, portanto que estivesse em farrapos para ganhar mais dinheiro, é claro; colocava o seu chapéu florido e, sem falta, maquiava-se com o seu sorriso artificial e as suas esmeraldas oculares fajutas.

Hora do show, revisava suas piadas e simulava quedas, todos riem, mas são tão infelizes quanto ele, desconfia até que riam da sua infelicidade e mostrava seu estúpido sorriso vermelho e eterno, que provinha de verme, tão infelizes quanto ele, mas também fingiam felicidade com abalos sísmicos em suas famílias, porém tinham que sorrir para os vizinhos e mostrar suas máscaras cheias de cera.

Era um dos milhões de palhaços tristes, mas o único consciente, era um bobo da corte e ganhava dinheiro por “criar” felicidade, mas isso se restringia à teoria, pois na prática nada se perde, nada se cria, tudo se...

Banhava-se com melancolia e bebia tédio, descobriu que somos a merda ambulante do mundo e que a felicidade, tanto quanto a democracia, é utopia e que dinheiro não a trazia, mas diminuía a infelicidade, pois sem ele não tomaria o seu café e não jogaria a borra no lixo...

Era um palhaço e tinha que sorrir para os outros sorrirem, e definhava dentro daquela estufa, onde ninguém era vegetal e nem agrotóxico.

2 comentários:

  1. Psicológos (e similares) são os mais loucos e
    palhaços são os mais tristes.

    ResponderExcluir
  2. Bom devem demostrar felicidade simplismente para esconder tristesas .como sempre as pessoas se escondem atras de algo para ñ mostrar infelicidade. Por que ser tão artificial?? por mais q a gente queira se esconder atras de uma máscara todos nois passamos por algo sempre tem uma infelicidade por mais pequena q seja .
    Mais ai vem as pessoas querendo se esconder e mostrando algo bem pior q suas infelicidades,mostra agrecividades em suas palavras se na verdade são os q mas sofrem por dentro .
    Ai vem os palhaços são os felizes que querem compartilhar suas alegrias com os outros q mentira ,palhaços tambem sofrem ,palhaços tambem choram , passa a ser bizarro

    ResponderExcluir