terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Encontros e Desencontros





E então você abre os olhos ainda meio assustado com o barulho e com a responsabilidade do compromisso pesando no corpo que reluta com a inércia, mas logo se vê de pé diante de uma luz abafada, um esclarecimento ainda escuro, mas que se aproxima atrevido como um feixe de luz que se espreme em um pequeno espaço entre o telhado... E os dias tem sido assim desde que eu mesmo me atrevi a voar pelo escuro na esperança de achar outra luz norteadora, porém esses dias também me ajudaram a notar que existe uma sombra dentro de mim que eu nunca tinha visto e ainda maior do que a vista pode alcançar, uma sombra tão imensa que cobre todas as grandes certezas, deixando espaço para algumas pequenas e raras, uma jornada infindável a percorrer, guiado apenas por umas luzinhas do tipo meio ingênuas e que tropeçam infinitamente no ar, brincando risonhas entre si como se não ligassem para o grande abismo do desconhecido à sua volta e é lá que eu quero chegar, entende, luz? É lá que eu quero enxergar... E lá só estar livre e me deixar fluir com todas elas, seja com o corpo pesado de uma noite mal dormida, seja com a mente leve de quem olha pra trás e sorri... E se te escrevo todas essas coisas não é mais por um pesado termo em que concordamos em fazer, mas com a suavidade do eterno sentimento que o meu peito te dedicou ao se costurar ao teu, entende, minha pequena chama? E essa será uma das poucas cartas não enviadas que te dedicarei na mente sobre a minha viagem ao lado escuro e uma das milhares que eu escreverei só de cabeça pra não perder o hábito de matar a saudade sinestesicamente.

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