quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poema Urbano

Repouso debaixo do teu cobertor
Tremendo de dor
Suspirando a carícia da noite seguinte
Sentindo o quinhão cruel do dia
Mergulhando no pote da pia
Ignorando as investidas
Anda, tira a roupa que já eu quero dormir
Anda, fala-me boa noite que eu já quero sonhar
Enquanto estiver só me olhando, eu direi tudo bem
Até gosto um pouco de masoquismo, mas nada lá muito exagerado
Agora me deixa ir
Quero deitar
Vou ali me ajoelhar e falar amém
Sentir o estrago, dar um trago, puxar um baseado, delírio da matina, estupro da rotina
Agora cala a boca que os meus pensamentos estão sendo interrompidos pela tua saliva
Desce um pouco e me deixa provar dessa boquinha
Perfídia, lascívia, luxúria, palavra rimada, letra soletrada, Hiroshima.

Um comentário:

  1. "Perfídia, lascívia, luxúria, palavra rimada, letra soletrada, Hiroshima." Seu poema explodiu de desejos, vontades inebriantes. Maravilha dos deuses,belo vocabulário. Fechou com chave de ouro. Este poema me pareceu um lindo bombom de valsa, pois é apetitoso, delicioso feito guloseima gramatical-semântica. Adorei sua tessitura.

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