terça-feira, 10 de maio de 2011

Nós, caramujos

   





“O homem se vê obrigado a construir seus castelos no ar”.

Fantasias, desejos induzidos? Manifestos distorcidos do inconsciente? Vivemos uma realidade que nem sempre é real, temos aquela que queríamos viver, aquela que os outros querem que nós vivamos e a que, de fato, vivemos, mas nem sempre aceitamos.

Todo mundo acha que se conhece muito bem, mas todos carregamos demônios que fazemos questão de esquecer e mesmo que haja essa necessidade, eles ficam escondidos em algum lugar, lutando para se libertar da repressão que os fazemos, então nunca nos somos por completo, porque achamos errados os nossos próprios desejos, mas errado para quem? Nós? A sociedade? A ética e a moral vigente? Quem disse o que é certo e errado? Existem cidadãos? E, além disso, normais? É certo haver certo e errado? E se for errado? E se for nenhum?

Não sabemos...

O homem constrói sua imagem e, às vezes, crê que ela existe, zela, cuida, reza e mente para si, para os outros, um cidadão-modelo (“Ô, coisinha tão bonitinha do pai”) e quando vê suas ilusões quebrando junto com os pedaços de vidro no espelho ou com as taças que a mulher lhe joga, seu mundinho desmorona...

“Todo esse teatro não impressiona por maior que seja sua recompensa, não se importe tanto assim com sua imagem decadente e, enfim, nada adianta depois se lamentar por maior que seja sua displicência... Sem ameaças ensaiadas na frente do espelho, o caminho mais fácil nem sempre é melhor que o da dor...”

Tira essas costas da lama antes de me dar as botas.

Realmente, todos precisamos de ilusões para viver de desejos pelo quais morrer, porque a realidade é muito dura para enfrentar sozinho, então se pega uma daquelas máscaras de carnaval e sai com um sorriso enorme no rosto... A cara da agonia pintada com um nariz de palhaço.

Talvez se nos víssemos como realmente somos, morreríamos de desgosto.

3 comentários:

  1. me da um pedaço de ilusão q eu finjo q sou feliz
    me da uma migalha...q eu estou de joelhos...
    ganindo por ela, um reliz farelo, um triste pedaço
    de ilusão pra me adoçar o dia, doce limao!
    de joelhos implorando, homem cruel se compadeça
    da minha fragil personalidade, minta pra mim,
    por si mesmo e eu finjo que te amo, eu finjo que
    sou feliz, eu finjo oq vc qzr que eu finja...
    não vê? por que? eu qero uma ilusão, por favor!

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  2. O caramujo vai deixando o rastro de sua gosminha pra se locomover para lá e para cá. Fora da água é difícil viver. "Olha, um humano!" O caramujo se esconde em sua casinha com medo das coisas que o mundo lá fora pode aprontar.

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  3. Se é pra inventar uma mentira e nos apoiarmos pra sempre nela, que essa encontre a serenidade da chamada felicidade, pra morrermos felizes.

    Adorei.

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