terça-feira, 22 de junho de 2010

Hÿz: 2ª canção de amor


O sangue que pulsa nas minhas veias voltou incessantemente. Porém, uma dor infindável, extasiante e antiga voltou junto com o pulsar do meu coração e está dilacerando-o, queimando internamente, provocando em mim um espasmo penoso de se ver.

O que é isso que tanto me excita? Que diabos de feitiçaria e/ou brincadeira são/é essa que está fazendo? Queria eu poder controlar os meus impulsos e voltar para aquele pacato vazio, mas esse sorriso que agora constantemente está grudado ao meu rosto não quer largá-lo, parece gostar da dor e do sentimento furioso que a acompanha, sentimento esse que voltou a reanimar meu corpo, antes inerte, e agora inescrupuloso consigo mesmo.

Um maldito parasita é esse sentimento que me deixa com pena de mim mesmo ao olhar no espelho o meu corpo em estado deplorável, mas com um calor tão envolvente, cheio de carícias e esperanças, e eu tolamente pensando que nunca mais iria me entregar facilmente assim.

Meus gritos em silêncio não puderam alcançar os seus ouvidos, minhas súplicas infinitas e melancólicas não são vistas, pois você não pode ver os meus olhos feridos e cansados. Queria eu poder correr ao seu encontro e utilizar do seu abraço e de suas mãos meu lugar de consolo, queria eu poder dormir debaixo de suas asas e sentir o calor reconfortante, dizendo que se importa imensamente com minhas esperanças fúteis.

Minha respiração, agora ofegante, denuncia o suor trabalhoso que vem aparecendo subitamente, é sempre mais intenso e que está sufocando a minha pele, está sufocando consequentemente as minhas palavras, quero falar, quero gritar e quero declarar tudo o mais.

Não quero mais fingir, não quero mais fugir, porque você, sim, você é o motivo do meu sorriso, não encontrei as respostas pelo desespero do primeiro impacto, porém conseguirei!

Pare, por favor! Não olhe para mim, nesse momento estou envergonhado com a minha própria imagem que está repugnante!

Pare, por favor! A verdade é que não suporto seus olhos, encarando-me. Pare! Já pedi, estou implorando agora, se eles não podem ser meus, então os retire daqui, porque mais cedo ou tarde o meu desejo por eles será incontrolável! Seus olhos me assustam. Você me assusta, eu me assusto, mas tenho consciência da minha covardia!

Eu, agora, deveria estar optando pela saída de emergência, mas algo na sua inquietação e no seu sorriso nervoso me faz querer ficar e descobrir que isso pode me levar ao estado nirvana, o famoso “up”.

Um comentário:

  1. Então, queria que eu lesse, eu li.
    E são bonitas palavras e eu tentei me pôr no lugar e sentir, pois esse é meu modo de entender direito, ou do jeito que eu acho direito. Mas já me bloqueei pra isso e apenas gostei do que li porque sei como acontece. E não entenda nem concorde.

    ResponderExcluir