terça-feira, 13 de julho de 2010

Falta de Inspiração


Estou oco e cinza, após abusar dos meus instantes de inspiração, o que restou foi esse buraco, um vazio agonizante, sensação terrível, é como o silêncio, um inimigo invisível e sorrateiro, proporciona uma dor exorbitante e cada vez maior, o desespero vem logo após, pois você não sabe o que fazer para onde ir ou como agir, isso é a verdadeira agonia.

O que é preciso fazer? Sinceramente, só encontrei uma resposta para isso, você tem que desmanchar tudo o que fez e o que pensa, é como uma fênix renascida das cinzas, porém eu não sou capaz. É a solução de quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão para o que há de vir, então a dor virou rotina.

Sou como uma taça de vinho transbordando, porém sou o oposto também, quando vêm com muita sede a mim, acabam por tomando todo o meu vinho, causando embriaguez delirante breve, logo depois do efeito tudo vira lixo acumulado.

Agora estou em uma constante morbidez e é, simultaneamente, entediante e prazerosa, pois consigo apreciar a beleza da morbidez e o conhecimento adquirido após é uma relevante recompensa. Não consigo entender a beleza das demais coisas, então talvez seja esse o meu lugar, conformar-me comiseravelmente ao meu destino, o que me resta é tirar proveito e isso eu deixarei subentendido.

Preciso recorrer ao imaterial metafísico e tentar extrair uma tradução material físico, visível! Não costumo arriscar, pois posso acabar perdendo, mas tenho que encher minha taça novamente e é preciso arriscar entrar no meu inconsciente oculto, roubá-lo e implorar para voltar, às vezes ele está de mau humor.

Perco-me na vastidão doentia da minha cabeça e o sorriso de lascívia vira minha principal característica. Ironia e espasmos. Contradições e covardia. Eu preciso fugir. Minha taça está cheia e a dor cessou. Essa é a segunda resposta. Estou te convidando, leitor, quer vir dançar?

2 comentários:

  1. Começo a ler alto, para que possa satisfazer meus ouvidos. Que pedem tanto para ouvir resquícios seus. Talvez esse seu “OCO” seja a forma de preenchimento. Gosto do que você escreve, do seu não omitir de sentimentos. É subjetivo, sem simetria. É uma orquestra sem regente. Consegue ver?Onde esta o Maestro?
    Sinfonia de palavras.
    E parãpampam.Acabou...

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  2. Prometi escrever o melhor comentário da sua (ou minha?) vida, mas não vai ser dessa vez.
    Também estou vazia.

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