sábado, 11 de setembro de 2010

Boate GLS

Pobre madrugada viva e que procura vida, encontra-me, eu, alma desalentada viva e que anseia vida, recluso em leito fatídico, arrasta-me para esse papel funéreo e sugador, suga dor, de minha própria alma, que é enferma de natureza.

Porém, o meu intuito não é te comprazer, leitor, criatura vil, que procura o seu sorriso sem dentes nos versos lúgubres de escritores sugadores, apenas para que saiba que é feliz na sua infelicidade surda, mas também não vim descontar a minha miséria consciente no teu esterco, que reluta no inconsciente para vir à tona, leitor presunçoso.

“Para que viestes, então, desvendador de verdades?” Galhofa. Vim para capturar esse ar intangível, pena é que ele não fica em sujo papel, se fica é para sair logo em seguida, ar com ar de desdém, inescrupuloso genuíno. Maldita ideia fixa.

O ser humano se julga ser único, peça rara, que nada... Ser humano é elemento químico qualquer, é tão comum, que dependendo da psiquê do analisado, encontra-se facilmente na tabela periódica e olha que nada tem de artificial.

Ser humano não foge à regra, obriga-se a pensar como exceção por vontade de superioridade, lástima penosa. É sólido, líquido ou gasoso.

Quando sólido, deixa-se ficar frígido, enclausurado em si mesmo, busca forma larga e concisa, é casca firme e anti-sentimental, “pequeno elfo, por onde queres travar o teu caminho? Olha tuas chagas, nesse espelho granívoro”. Os outros estados físicos o invejam, pois o consideram forte para o “bando”, mas esquecem de que estão a olhar para a casca, ele demonstra falsa estabilidade. Arranca tua máscara, mostre-me as tripas.

Quando gasoso, é agitado, tão agitado, que tem por medida de precaução certo tipo de repulsão, justifica-a como um impedimento da poluição da alma pútrida dos outros, como se fossem contagiar os seus sentimentos pueris com os sentimentos pérfidos de outrora, difere do enclausuramento, pois não se tranca, tranca os outros por se julgar excelso. Admite a forma do recipiente por desespero adaptativo. É cheio de si por exalar um calor confortável e tranquilo, esse tem falsa instabilidade, julga-se instável e é agitado para esconder a sua estabilidade mórbida e sua personalidade pessimista e decadente. Arranca tua casca e fecha essas cicatrizes artificialmente maquiadas, mas na essência, podres.

Quando líquido, possui forma espalhafatosa e tenra, é ocioso e indiferente, adquire a forma do recipiente não por compulsão adaptativa, mas por preguiça de relutar, simples acomodação, é impassível em tudo, não clama por mudança e nem se enfeita para ostentar ilusões, vive com o tempo e morre com ele, sem expectativas, mas quando esquentado e borbulhante não vira gasoso, porém fica morno, por capricho, e se fica um pouco mais frio é por passatempo. É transição e se aproveita com os seus limites. Arranca tua epiderme e prove qualquer experiência de corrosão.

Ser humano, nada além de um pequeno ser classificável, serve-me para escarro e escárnio. Ser humano vive de aplausos, arrancarei então minhas palmas para ver o cessar dessa ganância...














Com sangue nobre e plebeu, estão fadados, nesse lameiro, a multiplicar-se como larvas no esterco.

2 comentários:

  1. Gostei bastante desse. Não seria nada mal se a química fosse ensinada assim ( sim, a química também ). Faz mais textos sobre matérias importantes tipo eletricidade, dilatação, diodos, transformadores, comandos de C, multiplexação e eu viro sua fã.

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  2. saashsauhsushasuashusahsuhsa'... Tá, vai ser difícil, tá nada u.u

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