quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sexo

Lírio extasiante
Perfume hostil
Nocivo viajante
De meu nariz vil

Campos de entonação neutra
Estrondosa súplica oculta
Rompendo a doce inocência, transforma-se em vermelho
Luxúria calada, fechado ouvido

Clamo agora essa tua fria carne
Como verme irei penetrá-la
Decomposição simultânea angustiante
Pérfida, nojenta, mas irei degustá-la

Entraremos em dança rítmica
Entre túmulos silenciosos e rosas sujas
Sinta o pútrido cheiro
Implore esse osso cheio de ócio.

6 comentários:

  1. amy, em uma bela forma de descrever um sexo...

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  2. Paradoxo mesmo é o comentário de vocês duas :)

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  3. Pare.
    Sinta.
    Eles estão cansados...
    Mais continuam...
    Ela fez amor,mas ele está fazendo sexo.
    Ela está se entregando, ele está desdenhando ao recebe-la. Lembre-se: Ele é um homem...
    Mais ela não era tão cândida como aparentava ser,buscava o ápice,o aturdido êxtase do gozo, brincavam de se sujar naquela lama fétida, nos lábios dele ela sentia o gosto do fel, ao toca-lo com a mão do desejo misterioso e escondido, imaginava ele como uma fênix, ela o amava.
    Ela era o verme que penetrava na carne dele, fazendo-o revirar os olhos, ele não estava mais lúcido era levado pelos prazeres e impulsos carnais. Ele estava se descobrindo a cada minuto. Ele fingia amar.
    Nesse momento, sentiam que eram dois animais, dois amantes, duas almas que fundiam-se.
    Frio-calor-mãos-bocas-orelhas-prazer.
    Estavam jungidos um ao outro, como as duas almas que o poeta encontrava no purgatório de seus devaneios. Uma mulher faminta. Um homem dez vezes mais faminto. Conjunção de luxúrias, gula mórbida, inquieta alegria, fúria dos impulsos viscerais, apocalipse orgásmico.
    E então rolavam na cama, talvez com frio, medo necessitados de repouso, dois vadios alí postos a repetirem o velho diálogo de Adão e Eva.
    Desfrutando do delicioso fruto do pecado.

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  4. Eu tenho uma história de desabafar aqui né?
    Minha mão digita compulsivamente. :)

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  5. A Flávia é uma pecadora, um rouxinol que se diz levezas que não se pode dizer, que declara as entrelinhas abertamente e é suja por isso... Desvendar entrelinhas é o mesmo do que dizer os truques da mágica, mostrando significado às palavras resumidas em muitas palavras... A arte de descompactar...

    Pecadora.

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